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Mclaren é coroada com a vitória após uma corrida espetacular no Grand Prix de Miami

Foto de Oscar Piastri, todo de preto com a camisa antichamas cheia de patrocinadores e o macacão laranja papaia amarrado na cintura ao lado da placa que mostra o resultado final de sua equipe após a corrida, ou seja, ele mesmo em primeiro lugar e Lando Norris em segundo. Por suas costas, membros do time se posicionam para uma foto com as mesmas cores do piloto, que representam sua história nas últimas décadas.
Oscar Piastri vence o Grande Prêmio de Miami e sobe de patamar na carreira como piloto de fórmula um, apresentando seis vitórias em GPs, mais do que seu companheiro de equipe Lando, com cinco (Foto: F1)

O Grand Prix de Miami, desde sua inserção no calendário do automobilismo, sempre foi um espetáculo à parte, com os diversas performances e um enorme aglomerado de celebridades e influencers, mas, esse ano, o evento foi além da participação hollywoodiana, com um show dentro das pistas. O final de semana inicia suas surpresas com classificação na sprint, da qual recebe Kimi Antonelli como vencedor da pole pela primeira vez em sua carreira, em uma Mercedes que superou ambas Mclarens – o melhor carro da temporada – e o veloz tetracampeão Max Verstappen. 

Entretanto, não foi possível sustentar o resultado na breve corrida com chuva, acabando em sétimo lugar. Enquanto Lando Norris recebe a glória e vence com folga de 0.672 segundos com relação à sua dupla, Oscar Piastri e seguindo do terceiro colocado, Lewis Hamilton que puxou sua Ferrari ao limite, ao contrário do companheiro Charles Leclerc, o qual bateu e se retirou antes mesmo da formação final do grid para o início da sprint. No sábado, outra surpresa foi Lance Stroll, que após a bandeira quadriculada ficou em quinto lugar depois de uma classificação ruim que o levou a iniciar em décimo quinto, uma posição a menos devido a batida do monegasco. 

Algumas horas depois, iniciou-se a classificação para a corrida de Miami. Max Verstappen, com sua experiência junto da estratégia de sua equipe, conseguiu um tempo melhor que ambas Mclarens, que cometeram alguns erros que custaram para uma classificação mais confortável, especialmente Piastri, situado em quarto lugar. Além das grandes promessas para o campeonato de pilotos, Kimi Antonelli se mostrou novamente como um piloto habilidoso, fazendo uma ótima volta final que o permitiu a vaga do terceiro posto. Enquanto isso, Gabriel Bortoleto consagrou sua melhor posição de início de corrida, o décimo terceiro lugar. 

Kimi Antonelli respondendo perguntas na entrevista coletiva com o novo kit da Mercedes de macacão rosa, preto, branco e magenta escuro em estampa floral, e boné rosa com a mesma estampa na parte interna.
Kimi Antonelli faz a melhor classificação (3º lugar) desde sua entrada na fórmula um (Foto: F1)

No dia seguinte, com expectativas de chuva, a corrida do Grande Prêmio se inicia. Em um final de semana de altos e baixos, Antonelli faz largada e força Lando Norris (2.°) para fora da pista na primeira curva, ocasionando sua glória ao lugar dele enquanto o britânico acabou em quinto enquanto Oscar Piastri acelera para tomar o posto de seu companheiro. A partir daí, o espetáculo começa com uma briga pelo primeiro lugar contra Verstappen e entre ultrapassagens seguidas de ultrapassagens, na volta 14 de 57, o australiano se coloca como primeiro do grid e se consagra após a bandeira quadriculada como vencedor do Grand Prix de Miami. Partindo das respectivas posições, o britânico da Mclaren e o holandês marcam uma disputa pelo segundo lugar – posteriormente vencida por Norris que levanta o troféu de vice – com direito a devoluções de posições, DRS e vários momentos ‘wheel to wheel’. 

Algumas voltas depois, Ollie Bergman se retira da corrida por falha no motor – Bortoleto acaba abandonando pela mesma razão na volta 32 –, causando um Safety Car virtual, momento perfeito para o pit stop estratégico. Visando esse aspecto, Mclaren seguiu para mais um ponto positivo no seu trabalho, trocando os pneus de ambos pilotos enquanto a maior parte do pelotão teve que parar antes, sem antecipação de uma bandeira amarela e mais pela chuva que estava começando a apresentar-se na pista. 

Em primeiro plano, ambos carros da Ferrari em sua tradicional cor vermelha sangue mas com espaços na asa dianteira, pneu, asa traseira e parte de cima da abertura do motor em cores azul e branca, ultrapassando o carro azul escuro e preto da equipe Williams, localizada em segundo plano.
Dobradinha da Ferrari pela ultrapassagem em Carlos Sainz com sua Williams e garantia do sétimo e oitavo lugar deixa o público eufórico (Foto: F1)

Enquanto Oscar Piastri abria mais de 20 segundos sobre George Russell, os dois pilotos da Scuderia Ferrari trocavam farpas com sua equipe em meio à péssima estratégia de corrida. Tudo começou depois de Charles Leclerc e Lewis Hamilton se assegurarem no sétimo e oitavo lugar respectivamente após uma ultrapassagem. Por algumas voltas eles mantiveram – a pedido da equipe – suas posições sem tentar competir um com o outro, mas o britânico se viu desgastando seus pneus para manter um ritmo lento e insistiu algumas vezes para a troca de posições, que foi ignorada. Este foi o ponto chave para a irritação do heptacampeão do esporte. 

Ao perceberem – depois de quase duas voltas inteiras – que poderiam estar cometendo um possível erro de estratégia ou que não ficariam em ‘bons lençóis’ com seu novo piloto, comunicaram a troca para o monegasco mas não comunicaram a liberação para passagem ao próprio piloto exigente. Nesse sentido, Hamilton fica cada vez mais indisposto com a equipe, porém, espera a orientação, que chega alguns minutos depois. Entretanto, devido a demora, seus pneus já tinham sido ‘esfolados’ e, portanto, não conseguiu render mesmo estando sem seu companheiro de equipe no caminho. Assim, a escuderia insistiu na passagem de Leclerc novamente, o qual se manteve na mesma posição de antes, também não tendo força no carro. Dentro desse e outros episódios, fica perceptível que a Ferrari não tem capacidade competitiva e nem boa presença estratégica para essa temporada. 

Para completar o show nas pistas, a surpresa do dia foi Alex Albon em sua Williams, que terminou pela segunda vez na temporada no top cinco do grid. O tailandês teve uma ótima participação durante todo o GP, acabando fora da zona de pontos somente após a sprint, assim como seu colega de equipe Carlos Sainz que foi mal na classificação da sprint e na breve corrida do sábado. Portanto, mostraram durante esse início de temporada que – ao contrário da equipe italiana – estão em ótimo rendimento e melhorando ano após ano. 

Fotografia dos pilotos Lando Norris e Oscar Piastri em seus macacões cheio de patrocinadores nas mesmas cores da equipe britânica, laranja papaia e preto, juntos de Zak Brown, diretor executivo da equipe, vestido em uma blusa das mesmas cores para uma foto após a corrida.
As voltas mais rápidas da corrida ficaram com a dupla de Mclarens, Lando superando Piastri por apenas -0.076 (Foto: F1)

Por que a Mclaren foi tão rápida em Miami? 

Todos que assistiram a corrida se surpreenderam com a vantagem que Norris abriu durante a sprint ou Piastri durante a corrida, que chegou na bandeira quadriculada com 40 segundos de espaço entre ele e o terceiro lugar (George Russell). Mas afinal, por que a equipe estava excessivamente mais rápida que o resto do grid

Resfriamento de pneus. Dentro da construção do MCL39, foi instalado um mecanismo de liberação de água em forma de gotículas, ou seja, um spray d’água, para quando as rodas do carro estivessem superaquecidas. Nesse sentido, quanto mais calor nas pistas, mais conservado o pneu se mantém, não à toa, essa foi a corrida mais quente e abafada da temporada até agora – apesar da chuva – e, então, ajudou a equipe papaia a abrir tamanha vantagem. Portanto, devido a genialidade por dentre as entrelinhas do regulamento da FIA, os pilotos da equipe britânica serão uma frequente ‘pedra no caminho’ de Max Verstappen na busca pelo pentacampeonato. 

Livia Queiroz

Estudante de Jornalismo pela Unesp especializada na área esportiva. Produzi matérias sobre o futebol europeu, contando com fontes renomadas como Jorge Iggor, Gabriel Simões e Victor Canedo; além de também desenvolver críticas culturais como redatora para o projeto de jornalismo Persona. O meu momento favorito na Fórmula 1 foi a comemoração de Lewis Hamilton após vencer o Grand Prix de Interlagos em 2021, levantando a bandeira brasileira enquanto percorre a pista, assim como Ayrton Senna.

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