
Se tem algo tão previsível na Fórmula 1 quanto o fato de que carros irão disparar em velocidade, esse algo é a constante troca de pilotos no grid; uma verdadeira dança das cadeiras. Em 2025, começamos a pré-temporada de olho em mudanças inesperadas, como a ida de Lewis Hamilton à Ferrari – no lugar de Carlos Sainz, que foi para a Williams –, e a ausência de Sergio Pérez, que há tempo só entregava colisões à Red Bull.
Mas se engana quem achou que as maiores surpresas do ano seriam essas. O Grande Prêmio da Austrália, primeira corrida do calendário, deu largada com seis novatos entre as equipes: Liam Lawson (Red Bull), Jack Doohan (Alpine), Gabriel Bortoleto (Sauber), Isack Hadjar (Racing Bulls), Kimi Antonelli (Mercedes) e Oliver Bearman (Haas). Agora, com pouco menos da metade dos GP’s realizados, dois deles já perderam os assentos.
Assumir o posto de segundo piloto ao lado do tetracampeão Max Verstappen não é uma tarefa simples e o rookie Liam Lawson certamente sentiu a pressão. O jovem neozelandês foi escolhido pela Red Bull após substituir Daniel Ricciardo em algumas ocasiões na temporada passada, pela equipe Racing Bulls, também patrocinada pela marca de bebidas energéticas.
Bom, Lawson não teve muito tempo para se adaptar ao carro. Foi rebaixado para a Racing Bulls logo no Grande Prêmio do Japão, a terceira corrida do ano. Dando espaço para Yuki Tsunoda ascender à equipe principal da marca austríaca. Acontece que nem mesmo o piloto japonês está conseguindo operar o RB21 de forma decente e Helmut Marko, consultor da Red Bull, já disparou, em entrevista ao sport.de, que Isack Hadjar poderia substituir Tsunoda caso ele continue a não entregar uma boa performance.

No mesmo espectro de novatos sofrendo em pista, os torcedores da Alpine puderem acompanhar uma verdadeira novela em relação ao quase inexistente desempenho de Jack Doohan. O jovem australiano colocou o Alpine A525 à prova, ao colidir com o carro em quase todos os Grandes Prêmios em que participou. Sem conseguir acompanhar os resultados medianos do parceiro de equipe Pierre Gasly, Doohan foi demitido após o GP de Miami.
Em seu lugar, entrou um argentino carismático que já tinha deixado uma boa impressão nos dirigentes da Alpine em 2024, ao substituir Esteban Ocon por sete corridas: Franco Colapinto. No entanto, a equipe está cautelosa com os contratos, por isso, Colapinto precisa mostrar que veio para ficar até o Grande Prêmio da Grã-Bretanha – que acontece no início de julho –, quando irá ser decidido se ele fica, Jack Doohan volta ou caso uma terceira figura deva entrar em cena.

Entre os rookies que sobrevivem na categoria, Isack Hadjar (Racing Bulls) e Kimi Antonelli (Mercedes) se destacam pelo ótimo desempenho em pista. Por outro lado, Gabriel Bortoleto (Sauber), Isack Hadjar (Racing Bulls) e Oliver Bearman (Haas) passam quase despercebidos, sempre configurando nas últimas posições do grid. Uma pena diante do potencial de ambos, principalmente do brasileiro, campeão das categorias de base F3 e F2.
Podemos afirmar que a Fórmula 1 é quase viciada na dança das cadeiras, sendo um ritual quase brutal em que os pilotos se adaptam ao carro o mais rápido possível ou encontram o olho da rua. Em um esporte em que a velocidade dita o ritmo de tudo, os rookies precisam provar seus talentos em pista para não perderem os assentos.
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